Nota originalmente publicada na página do Facebook do "Genealogia sem segredos" em 16 de Abril de 2017 No livro "Descubra as suas origens" está sumariamente explicado qual o interesse genealógico da pesquisa nos prazos, e como se deve pesquisar.
Ao contrário do que geralmente se pensa, não são os livros de prazos que dão maior quantidade de informação genealógica: estes devem ser usados, sim, como ponto de partida para outras séries documentais que, em alguns casos, existem em abundância, mas, noutros não. No que diz respeito a prazos, é preciso termos a sorte de encontrar um ponto de referência: um antepassado que, comprovadamente, era foreiro de uma determinada instituição cujo fundo documental exista hoje em algum arquivo público. Poderá ser um mosteiro, o Rei, uma mitra diocesana, ou outra instituição. Havendo a certeza de que um antepassado nosso foi mesmo foreiro dessa instituição, devemos procurar os tombos dessa instituição referentes à região que nos interessa, começando do mais recente para o mais antigo (salvo se tivermos a sorte de possuir um ponto de referência que já inclua datas e até indicação de um livro de tombo concreto). Visto que uns remetem para os outros, indicando mesmo o livro e a folha, é muito fácil pesquisar os livros de tombo. Aliás, este tipo de livros geralmente são dos que têm a caligrafia mais cuidada, visto serem redigidos com certa solenidade e preocupação de clareza. Aquando da pesquisa nos tombos, convém estar atento às notas marginais, no prazo que nos interessar, e consultar tudo - literalmente tudo - o que diga respeito a esse prazo e esteja mencionado à margem, desde processos judiciais, a apegações (ou louvações), passando pelas declarações de reconhecimento (feitas nomeadamente quando os enfiteutas não estavam a cumprir as obrigações de pagamento, alegando dúvida ou desencaminhamento do título de aforamento, e o dono do prazo obrigava judicialmente o reconhecimento da obrigação). No caso das apegações ou louvações, e também no dos processos judiciais relativos a prazos (embora estes sejam mais raros em arquivos públicos), pode ser encontrada informação genealógica muito útil. Em suma, nos fundos documentais de instituições das quais sabemos que existiram antepassados nossos como foreiros, não devemos entrar de rompante nas séries documentais com maior interesse genealógico sem termos pontos de referência, ou dificilmente encontraremos o que queremos. Além disso, há muitos fundos destas instituições que são lacunares na documentação. Os tombos de prazos são, quase sempre, a melhor solução para termos esses pontos de referência. Boas pesquisas.
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